Astrofotógrafo
registra em detalhes os objetos de céu profundo
A beleza de uma
astrofotografia não se resume ao número de estrelas ou à intensidade de suas
cores, pois a quantidade de informação inserida em cada pixel constituinte é
inimaginável, tornando-a tão rica quanto bela. Através das mais variadas
análises é possível extrair dados que nos revelam os segredos do Universo
contribuindo para o avanço da jornada humana em direção ao desbravamento do
cosmos.
Uma pequena fração do
céu, ao ser registrado por uma câmera, é capaz de revelar distintos objetos
invisíveis ao olho humano. Alguns deles estão localizados em regiões tão
distantes de nós que a própria mente humana sofre dificuldades em mensurar a
distância, pois é algo que está muito além dos limites conhecidos em nosso
cotidiano.
Céu Profundo
A imagem nos mostra
uma região entre os limites das constelações de Escorpião, Sagitário e Ofiúco.
É uma área rica em objetos muito distantes conhecidos pelos astrônomos como
Objetos de Céu Profundo, ou Deep Sky Objects – DSO. Tais corpos são assim
chamados por estarem fora do Sistema Solar e são aquilo que há de mais distante
observado pelo homem. Entre os DSOs estão as nebulosas, aglomerados, estrelas
binárias, galáxias, pulsares etc. Em especial, a cena nos revela uma das
regiões mais belas do céu: o centro da Via Láctea, a nossa própria galáxia.
Devido aos braços
formados por nuvens de poeira interestelar extremamente densas, que bloqueiam a
luz dos objetos que se encontram atrás deles, não é possível ver diretamente o
núcleo da galáxia. O que vemos é apenas a silhueta destas nuvens contra um
plano de fundo iluminado. Tais silhuetas são conhecidas como Nebulosas Escuras.
Constelações
Na imagem seguinte apresentamos a mesma foto,
mas com as constelações identificadas através das linhas brancas que conectam
as estrelas mais brilhantes de cada constelação e que formam a figura
responsável pelo seu nome. Através de círculos brancos, marcamos alguns objetos
de céu profundo que estão classificados nos três catálogos astronômicos mais
conhecidos: o famoso Catálogo Messier ou M, que é o catálogo mais popular e
possui 110 objetos, o NGC (New General Catalog), um dos catálogos mais extensos
com quase 8 mil objetos e o IC (Index Catalog), que possui mais de 5 mil objetos
descobertos após o fechamento do catálogo NGC em 1888. Na cena foram marcados
os seguintes objetos de céu profundo: M4, M7, M8, M20, NGC 6281, NGC 6334, NGC
6357, NGC 6383, IC 4604 e IC 4628 e cada um deles mereceria um artigo inteiro
sobre as suas propriedades e particularidades. A região inferior central com
brilho amarelo é o centro da Via Láctea. Lá se encontram os objetos mais
massivos e numerosos da galáxia, tornando-a a região mais densa e brilhante.
Aglomerados e Nebulosas
Ao focarmos em determinadas
áreas específicas é possível observar os detalhes de nebulosas, aglomerados,
galáxias, entre outros objetos, que são regiões ricas em gás e poeira
interestelar. Ali, novas estrelas estão nascendo ou morrendo dando origem a
pulsares, buracos negros e até novos mundos.
Na imagem acima
selecionamos três regiões bastante interessantes, mas com um pouco mais de
ampliação e detalhes. Na região superior central temos a famosa Antares,
estrela gigante vermelha situada a 550 anos-luz de distância. No mesmo
enquadramento vemos o aglomerado globular M4, a 7200 anos-luz de nós e o
complexo de nuvens na estrela Rho Ophiuchi, a 394 anos-luz de distância. Na
parte inferior esquerda da imagem vemos o objeto Messier 8 (M8), também chamado
de Nebulosa da Lagoa, localizado a 4100 anos-luz da Terra. Vemos também a
Nebulosa Trífida, ou Messier 20, localizado a 5200 anos-luz de distância. Na
região central se destaca o objeto NGC 6334, ou Nebulosa Pata do Gato, situado
a 5500 anos-luz de distância e também NGC 6357, a Nebulosa War and Peace, a 8
mil anos-luz de do nosso planeta.
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Aninha e Pinhão.